hoje, 23 de abril, quase dois meses já se passaram. ainda não faz sentido e me faz falta a sua presença tão absoluta e reconfortante. ficou mais chato chegar em casa, mais sem graça sair também, já que não tem mais você me dando a pata e beijinhos para se despedir a cada saída minha. ainda dói, ainda choro tanto que soluço, que engasgo. minha filha, minha loira, minha pqtita. que falta você faz nesse mundo sem graça. obrigada pelo amor, pelos beijinhos, pelos abraços, por cuidar de mim, por ter dado um sentido todo especial às nossas vidas e me deixar cuidar de você. te amo tanto e pra sempre! agradeço por ter te encontrado, te cuidado e - espero- ter te dado a melhor vida que pude dar. pra você, todo meu amor, todo o meu carinho e saudades. fica com deus, com os anjinhos e com são francisco de assis, minha menina. e, só pra não perder o costume, a nossa música, com licença poética: amor da minha vida, daqui até umas eternidade...
terça-feira, 11 de março de 2014
pqtita, até umas eternidade
eu não sabia que aquele era o seu último dia. foi tudo tão rápido, tão trágico e imprevisível. eu não sabia, há um ano atrás, quando chorava outra dolorida perda, que, dali exatos 365 dias, você também deixaria de existir na minha vida. nunca pensei que com você, a criatura mais pura e irresistível que já passou pela minha vida, fosse ser tão agressivo, dolorido e irrevogável. um câncer que se espalha em poucos dias, que toma um pulmãozinho tão inocente e imaculado. diante do diagnóstico, das suas reações que já diziam que ali não era mais a minha menina presente, a decisão mais complicada da minha vida. saber que você não passaria daquela noite, que você não sairia daquela clínica, que nunca mais faria o caminho de volta que fizemos tantas vezes juntas - você no banco da frente, ao meu lado, esperando o carro parar para olhar pela janela. aquele caminho que, tenho certeza, você já saberia fazer sozinha. ainda por cima, depois de uma heroica recuperação de um fígado tão inacreditavelmente combalido por conta de um óleo de cozinha mal armazenado e da sua curiosidade tão primitiva. eu achava que você morreria pela boca. comeria outro inseto, outra flor venenosa, mais isopor ou alguma coisa que ainda nos surpreenderia, apesar de já termos consciência do cuidado que tínhamos de tomar com a sua fome insaciável de vira-lata. mas não. a vida é, aparentemente, muito previsível ao nos surpreender com as fatalidades mais absurdas. a doença que mais me apavora nesse mundo foi a sua algoz.
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